CONSIDERANDO MEDICAÇÃO PARA OBESIDADE? AQUI ESTÁ O QUE VOCÊ PRECISA SABER
4 de jun. de 2025
CONSIDERANDO MEDICAÇÃO PARA OBESIDADE? AQUI ESTÁ O QUE VOCÊ PRECISA SABER
Nicole Golden | Traduzido por Ambrozio's Institute!
Iniciar uma jornada para tratar a obesidade com o uso de medicamentos é uma decisão importante que exige consideração cuidadosa. Nesta análise, exploramos os principais aspectos do uso de medicamentos — com foco específico na Semaglutida — como uma ferramenta potencial na luta contra a obesidade.
De preocupações com a segurança à eficácia e além, vamos navegar juntos pelo universo das medicações para obesidade e oferecer o conhecimento essencial para que você tome decisões informadas. Saiba ainda mais acessando nosso novo curso "Understanding Weight Loss Medications", para adquirir o conhecimento necessário para orientar clientes que utilizam medicamentos GLP-1/GIP rumo a uma saúde e bem-estar aprimorados.
QUAL É A DEFINIÇÃO MÉDICA DE OBESIDADE?
A mensagem que mais recebo ultimamente como Personal Trainer certificado e coach de nutrição é sobre a Semaglutida. Um amigo a utilizou por seis meses e perdeu mais de 13 kg. Muitas pessoas começam tentando mudanças no estilo de vida para emagrecer, mas enfrentam desafios como falta de tempo e estagnação nos resultados. Algumas consideram a cirurgia bariátrica, mas ela traz riscos. Agonistas do GLP-1, como a Semaglutida, estão ganhando popularidade. Seriam as injeções semanais a solução para a obesidade?
Do ponto de vista médico, a obesidade é definida pelo IMC — Índice de Massa Corporal — sendo classificado como obeso quem apresenta IMC igual ou superior a 30 kg/m². Dados alarmantes de 2023 revelam que 3 em cada 4 adultos e 1 em cada 5 jovens estão com sobrepeso, sendo que mais de 40% já estão na faixa de obesidade. Apesar das campanhas sobre dieta e exercícios, os índices continuam altos, exigindo ações urgentes. Os impactos duradouros na saúde reforçam a necessidade de uma compreensão mais profunda e de intervenções eficazes.
TRATAMENTOS PARA OBESIDADE
O método clássico (e amplamente respaldado por evidências científicas) para perda de peso é… todos já ouvimos antes: dieta, exercícios e mudanças no estilo de vida. Criar um déficit energético enquanto se mantém, ao menos, a massa magra e se consomem nutrientes adequados para a saúde geral é o caminho para a vitória.
No entanto, quando o objetivo é preservar a massa magra enquanto se elimina gordura corporal, infelizmente, o processo lento e constante costuma vencer a corrida. Isso pode tornar essa abordagem menos atraente para quem busca resultados rápidos. Mesmo assim, ela deve ser a base de qualquer programa de emagrecimento, e os melhores resultados virão com uma boa estratégia e a equipe certa ao seu lado.
DICA DO PLANO DE JOGO #1: MUDANÇAS NA DIETA
Você pode começar montando sua equipe consultando um nutricionista registrado (RDN), que pode ajudar a estruturar um plano alimentar para perda de peso sem comprometer a saúde geral. Consultar um Coach de Nutrição Certificado também pode ajudar a manter a responsabilidade e o foco nesse plano.
Um plano alimentar sensato para emagrecimento deve incluir:
Um déficit calórico moderado (entre 300 a 750 kcal por dia, dependendo do tamanho corporal);
Alta ingestão de proteínas (1,4 a 2,0 g/kg de peso corporal ideal por dia);
Alimentos com alta densidade nutricional, como frutas e grãos integrais, em vez de doces;
Alta ingestão de fibras: pelo menos 25 g/dia para mulheres e 35 g/dia para homens.
Evite planos alimentares que:
Eliminam grupos alimentares inteiros (dietas muito restritivas ou com corte extremo de um macronutriente);
Recomendam ingestão calórica extremamente baixa, a menos que prescritas por um médico;
São tão restritivos que é difícil segui-los a longo prazo;
Interferem em medicamentos ou tratamentos já existentes (por exemplo, para hipertensão, diabetes, etc.).
DICA DO PLANO DE JOGO #2: MUDANÇAS NO EXERCÍCIO
Um excelente membro da equipe para consultar logo no início é um médico de confiança ou profissional de saúde, que pode oferecer diretrizes básicas para a criação de um programa de exercícios sustentável. Também pode ser útil contratar um Personal Trainer Certificado, que é treinado para criar programas personalizados de treinamento.
Um bom programa de exercícios, para colocar a bola em jogo, deve incluir:
Exercício aeróbico de 150 a 300 minutos por semana (intensidade moderada), ou 75 a 150 minutos por semana (intensidade vigorosa), ou uma combinação dos dois. Uma caminhada diária rápida já pode atender a esse critério;
Treinamento de força com pelo menos 2 séries de 10 a 15 repetições por grupo muscular, 2 a 3 vezes por semana. Treinar 3x por semana gera melhores resultados, especialmente em adultos mais velhos;
Monitoramento da atividade física diária, como contagem de passos, garantindo um total diário entre 7.500 a 10.000 passos.
DICA DO PLANO DE JOGO #3: MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA
A perda de peso vai muito além de dieta e exercícios. Hábitos de vida como sono de qualidade, gestão do estresse e autocuidado são igualmente importantes. Nessa área, seu profissional de saúde e um Coach de Bem-Estar Certificado podem oferecer estratégias e apoio.
Um programa completo de autocuidado e bem-estar deve incluir:
Sono de qualidade e higiene do sono – Priorize dormir bem para melhorar a composição corporal e facilitar o emagrecimento. Tente dormir 7 horas por noite, com rituais pré-sono (sem eletrônicos, sem lanches, sem estresse 30 minutos antes de dormir). Ter horários regulares para dormir e acordar potencializa ainda mais os benefícios;
Gestão do estresse – Inclui atividades como massagens, acupuntura, tempo com amigos, contato com a natureza ou brincadeiras com pets. Trabalhar com um Coach de Bem-Estar Certificado pode ajudar a estabelecer limites e garantir momentos de descanso e recuperação;
Buscar tratamento para condições de saúde mental, incluindo transtornos alimentares. Transtornos como a compulsão alimentar são muito comuns em indivíduos sem eletrônicos, sem lanches noturnos, sem estresse do trabalho ou telas (inclusive TikTok) nos 30 minutos antes de dormir. Ter horários consistentes para dormir e acordar potencializa ainda mais esses benefícios.
Plano de gerenciamento de estresse – Isso pode incluir práticas de autocuidado como massagens, acupuntura, tempo com amigos, contato com a natureza ou brincar com animais de estimação. Também pode ser útil trabalhar com um Coach de Bem-Estar Certificado para definir limites nas obrigações diárias e garantir tempo suficiente para descanso e recuperação.
Buscar tratamento para condições de saúde mental, incluindo, mas não se limitando, a transtornos alimentares. O transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP) é muito comum entre pessoas com obesidade e pode interferir diretamente na perda de peso e na adesão a hábitos saudáveis.
OS MEDICAMENTOS PARA EMAGRECIMENTO SÃO INDICADOS PARA VOCÊ?
Os medicamentos para obesidade não são indicados para todos, mas podem ser úteis quando supervisionados por um médico e como parte de um programa mais amplo de mudança de estilo de vida. Os critérios geralmente incluem:
IMC ≥ 30 kg/m²
OU IMC ≥ 27 kg/m² com condições associadas (hipertensão, pré-diabetes, etc.)
Eles são mais eficazes quando combinados com intervenções comportamentais, nutricionais e de exercício. O objetivo não é substituir dieta e treino, mas sim potencializar os resultados e superar barreiras específicas.
EFEITOS COLATERAIS DOS MEDICAMENTOS PARA OBESIDADE
Assim como qualquer medicação, os medicamentos para perda de peso podem ter efeitos colaterais, variando de leves a mais graves. Alguns exemplos comuns incluem:
Náusea
Constipação ou diarreia
Dor de cabeça
Fadiga
Diminuição do apetite (o que pode ser desejado no contexto do tratamento)
Reações adversas mais graves são raras, mas podem ocorrer — incluindo problemas pancreáticos, renais ou cardíacos — e exigem acompanhamento próximo com um médico.
AS MEDICAÇÕES PARA OBESIDADE AFETAM A COMPOSIÇÃO CORPORAL?
Uma dúvida comum é: os medicamentos para emagrecer ajudam a perder gordura ou também causam perda muscular?
As evidências mostram que, quando utilizadas isoladamente, algumas medicações podem resultar em perda de massa magra além da gordura corporal. Por isso, é fundamental incluir treinos de resistência muscular e consumir proteína suficiente durante o processo.
Combinar a medicação com treino de força e nutrição adequada ajuda a preservar ou até aumentar a massa muscular, enquanto o foco está na redução da gordura.
POR QUANTO TEMPO PRECISO TOMAR O MEDICAMENTO?
A duração do uso varia. Alguns pacientes usam por meses, outros por anos. A obesidade é uma condição crônica, então o tratamento pode ser de longo prazo — assim como ocorre no tratamento da hipertensão ou diabetes.
Parar a medicação abruptamente sem ajustes de estilo de vida sustentáveis geralmente leva ao reganho de peso. Portanto, o plano ideal deve sempre incluir um processo contínuo de educação, suporte e hábitos saudáveis.
CONCLUSÃO
Medicamentos como a Semaglutida podem ser ferramentas úteis na luta contra a obesidade — mas não substituem as bases sólidas do emagrecimento saudável: nutrição adequada, exercício regular, sono e autocuidado.
A decisão de iniciar o uso de medicamentos para obesidade deve ser feita com um profissional da saúde e integrada a um plano estratégico e individualizado.
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REFERÊNCIAS
Cheatham, S. W., Stull, K. R., Kolber, M. J., Schuck, M. R., & Camargo, P. R. (2023). Obesity and Exercise: A Review of the Evidence and Practical Recommendations. Journal of Functional Morphology and Kinesiology, 8(1), 9.
El Fatouhi, D., Lemogne, C., Matta, J., Czernichow, S., & Péneau, S. (2021). Associations between physical activity patterns and body weight status in French adults. PLOS ONE, 16(4), e0249401.
Kim, H. (2020). The Role of Diet in Weight Loss and Maintenance. Nutrition Reviews, 78(2), 1–11.
Moon, J. S., & Koh, G. (2020). Obesity treatment: Weight loss versus maintenance. Journal of Obesity & Metabolic Syndrome, 29(2), 90–98.
Yang, Y. C. (2019). Resistance training and the preservation of lean muscle mass in aging adults. Aging Health Research, 3(4), 55–63.